Domingo, final de feriado, dia de plantão na redação, pauta a ser feita, movimento da volta para casa dos turistas na br-101 na região de Itajaí, após produzir umas fotos básicas do tráfego de veículos, eu e o repórter seguimos pela rodovia sentido sul, para um viaduto perto da cidade de Balneário Camboriú. Mas antes de chegarmos, avistamos uma fumaça e percebemos que era um incêndio na mata na beira da estrada, paramos no km 125 da rodovia para fazer um registro.
A mata seca e o vento forte faz com que as chamas se alastrem muito rápido por toda a encosta, o repórter logo percebe uma residência próxima ao fogo e pergunta para um casal que mora no local. Se o incêndio havia começado a muito tempo. Dona Zélia e o Seu José são pegos de surpresa e logo se assustam com o tamanho das labaredas atrás da casa de madeira de um de seus filhos.
A angustiante espera do bombeiros e do caminhão pipa da Autopista somado ao choro de dona Zélia, comove o quieto Senhor, sem dizer nenhuma palavra pega um balde e enche d’água, com passos mancos devido a um acidente em uma das pernas Seu José tenta ao máximo ser rápido o suficiente para conseguir afastar as chamas da casa do filho. Refazendo o trajeto diversas vezes e praticamente sem ar dentro dos pulmões, Seu José percebe que o caminhão pipa chega para ajudar e consegue apagar o fogo na mata. Após um último balde d’água o senhor exausto e quase sem conseguir respirar, senta no chão e diz , ” Ai meu Deus, obrigado”.
Diante de toda essa situação, o repórter não deixou de ajudar o Seu José a carregar os baldes. Na hora eu também ajudei, mas e a dúvida era, clicar ou abaixar a câmera, consegui fazer os dois, mas a minha maior preocupação era com a saúde do Seu José, felizmente todo o incêndio foi somente um susto e o sorriso voltou a aparecer na Dona Zélia e no Seu José.
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